19.5.10

A minha esquerda eu enfim noto a presença dele, nem sei quantas voltas ele ja tinha dado em torno daquele pedaço de jornal.Cambaleando vai o rato cinza com aqueles olhinhos pretos espertos, rabo comprido,orelhas quase transparentes.Bato palmas cada vez que ele para pra ver se reage, e reage e anda 4 centímetros antes de parar de novo.Até que ele não reage mais.Eu me encolho na cadeira.Quero sair dali mas ele esta bem no caminho.Olho por um pouco mais de tempo e vejo o corpinho pequeno descer e subir no ritmo da respiração, parece acelerada mas eu não sei qual é o ritmo de respiração de rato pra dizer com certeza.Ele não esta morto mas vai morrer logo,logo.E do meu lado.Será que ele vai cair tombando de lado quando morrer? Ah ratinho, nem fui eu que botei veneno por aí.Ah ratinho, porque você transmite doenças?A culpa é minha ratinho, mas eu nem botei veneno por aí.Ele tomba, eu bato palmas, acorda.Ele se mexe, mais tonto que antes, bêbado, mas nem é engraçado.Desvio o olhar, me encolho mais na cadeira e quando volto ele estica as patinhas da frente, encolhe as de trás, deitado de frente encosta a cabeça e para de pulsar.Parece até que esta dormindo, de olhos abertos.


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