2.5.11

Maio 2011

Queria que em uma explosão tudo virasse o barulho quieto de páginas virando, de brisa suave e de móveis bloqueando o sol
que o nada acontecesse
queria que um lençol dobrado e um lençol amassado fossem o mesmo
que nada acontecesse
que as linhas dos cadernos sumissem, que as palavras se alinhassem
que o quero isso já não precisasse mais querer o isso
e nada acontecesse
e ele não precisasse estender a mão sem tocar
que tudo fosse um presente imenso sem passado ou futuro
e então nada acontecesse
para eu não ir o abraçar como não a abracei

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