11.12.10

Ela sabe assobiar

A noite, diante do espelho, ela tocava as têmporas pensando em como era fácil para algumas mulheres apenas conversarem sobre maquiagem.Ela praticamente não usava mas era por achar que quando não havia genuína beleza a ser realçada a tinta tornava-se traiçoeira e apenas servia para mostrar que o esforço não compensava.
Nem seriedade nem graça a serviam, nem o sorriso aberto, nem o contido nem o sorriso nenhum a auxiliavam.Tinha que tomar cuidado, podia facilmente parecer vulgar ou obscuramente feia, no final parecer simplesmente feia era a melhor opção.Ela amava poesia mas ninguém poderia imaginar que uma coisa tão soturna tivesse relação alguma com a claridade da beleza poética.
Não haveria música na vida dela se dependesse dos outros, mas que bom que não dependia.Ela então podia balançar a cabeça ao som de um samba nem tão qualquer que não falasse da beleza da mulher.



Julho/2010

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